domingo, 16 de novembro de 2014


Eu poderia começar te xingando. Dizendo o quanto tu já me magoou e o quanto tu já me teve na mão. Das quantas vezes que tu me jogou fora sem nem pensar. Do quando eu já fui atrás. Do quanto eu já perdoei e relevei. Mas hoje, isso não vale mais nada. Isso é só uma poeira que ficou escondida no passado. E por isso hoje eu falo do amor que eu sinto por ti. E da gratidão. Obrigada, de verdade. Por ter visto em mim o que ninguém viu. Nem eu. Por ter me amado quando eu menos merecia. Quando nem eu mesmo me amei. Obrigada por ter me falado tantas verdades e mais obrigada ainda pelo carinho que tu fazia na minha consciência depois. Obrigada por ter me tornado uma poesia - tão bela. Obrigado por ter me deixado entrar. Por ter me deixado ficar por um tempo. Por ter me deixado te amar. Obrigada até pelas tuas promessas falsas, como aquelas de que apesar das diferenças, a gente iria superar e ficar junto, porque o amor bastaria. 
 É, eu sei. Fui eu que errei. E esse fardo eu carrego comigo, não se preocupa. Mas quem carrega o meu coração é tu. Por mais que tu viva jogando ele no chão e acabe tropeçando nele de proposito, tu continua com ele. 
 E agora, eu poderia te dar mil motivos pra voltar, mas vou te deixar ir. Te deixo ir por não ter conseguido te fazer feliz o suficiente. Por achar que talvez, tu mereça alguém melhor, embora eu me ache perfeita pra ti. Mas mesmo assim, continuo te agradecendo, porque o que eu vivi ao teu lado, só Deus sabe se algum dia vou ter a honra de viver de novo com um outro alguém. Então, obrigada. Vá em paz e seja feliz, por nós dois. Eu te amo e sempre vou te amar, porque como eu já cansei de te falar, amor que é amor, não se acaba, se modifica. 
 Hoje, eu me contento com lembranças do passado. Aquele teu cheiro forte de cigarro. Aquele teu beijo, tão intenso e ao mesmo tempo tão cheio de amor. Tão cheio de amor que só de lembrar os olhos enchem de lagrimas. Daquele teu abraço tão apertado e demorado, como ele é bom. Daquelas noites que eu acordava e tu estava me observando dormir ao mesmo tempo que fazia carinho no meu rosto. Meu rosto se continha em abrir um sorriso, mas meu coração transbordava. Da tão esperada sexta-feira, que era sempre o melhor dia da semana pra nós. Das noites que eu te tinha só pra mim. De quando tu era só meu. Tão meu, que hoje dói saber que te perdi. Mas não me deixo fracassar na missão de ser feliz sem te ter comigo. É difícil, muito. Mas não impossível. 
 E também, te perdoo pelos erros que tu cometeu e que acabaram tendo uma grande parcela de motivo em todos os meus erros. Eu sempre fui um exemplo de pessoa forte, determinada, independente. Quando tu chegou, eu fracassei. Eu caí feito uma boba no teu jogo. Fracassei feio, eu sei. Eu me tornei dependente da tua presença. Eu queria ser o que tu queria que eu fosse. Porem, novamente, fracassei. Me tornei insegura. Tive medo de te deixar chegar, de te deixar entrar, de aceitar um relacionamento contigo e até de responder o ''eu te amo''. Tudo isso é culpa tua, que me tem tão fácil. Me tem quando quer. Da maneira que quiser. 

- J

Nenhum comentário:

Postar um comentário